sexta-feira, 15 de julho de 2016

Extraído do microfilme 2124720 do Centro de História da Família na cidade de Presidente Prudente. Microfilme do Registro Civil  de Campos de Goytacazes 1º Subdistrito.

Página 60 do livro...


Número onse. Aos 3 dias do mês de fevereiro no anno de mil oito centos e noventa nesta Parochia de São Salvador da cidade de Campos dos Goytacases do Estado do Rio de Janeiro em meu cartório comparecerão FRANCISCO VIANNA, com 24 annos de idade, lavrador, filho legítimo de Pedro Vianna e Balbina Vianna; e IDALINA PEREIRA DE JESUS, com 18 annos de idade, filha legítima dos jurados Joaquim José Pereira e Dona Anna Theresa de Jesus, ambos naturais e residentes nesta parochia de São Salvador e exibindo certidão passada em data de hoje pelo parocho Doutor Luiz Ferreira Nobre Pelinca, vigário desta freguesia de São Salvador, declaração que no dia 1º de fevereiro do corrente anno, às 8 horas da manha na Igreja Matriz desta cidade e perante o supramencionado sacerdote, se receberão em matrimônio sendo o regime matrimonial da communhão de bens seguindo o costumo do Estado, havendo precedido as denunciações canônicas do estylo. Tendo a contrahente apresentado alvará de autorização do Doutor Juiz de Direito datada de trinta e um de janeiro do corrente anno por ser menor de vinte e um annos. Foram testemunhas da celebração matrimonial José Ribeiro Cardoso, com 34 annos de idade e Luiz Rodrigues Malheiros do Prado, com 37 annos de idade, ambos negociantes e residentes nesta cidade. De que para constar lavrei o presente termo que depois de lido na presença dos contrahentes e testemunhas do casamento assignão comigo por achar em conforme.



quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

2IVAN SILVEIRA MALHEIROS
nascido: 01 de julho de 1964
local: Marília/SP/Brasil
casamento: 21 de abril de 1990
local: Tupi Paulista/SP/Brasil
5
IURI RAMOS MALHEIROS
nascido: 25 abril 1993
local: Marília/SP/Brasil
MARIANA RAMOS MALHEIROS
nascida: 11 de março 1996
local: Marília/SP/Brasil
MARIA LUIZA RAMOS MALHEIROS
nascida: 11 de março 1996
local: Marília/SP/Brasil
6
3RAQUEL RAMOS MALHEIROS
nascida: 23 de janeiro de 1969
local: Tupi Paulista/SP/Brasil


VIRIATO MALHEIROS 32 LUIS RODRIGUES MALHEIROS DO PRADO
nascido em: 02/11/1872 33 MARIA THEREZA DE JESUS PRADO
local: Campos/RJ/Brasil
óbito: em 16set1939 em Brodosqui/SP/Brasil (66 anos)
MARIA DAS DORES MALHEIROS 34 JOSÉ ANTONIO LIBÓRIO  
nascida: 1883 35 MARIA RITA DO ESPÍRITO SANTO
local: nasceu em Araraquara
óbito: 24/11/1918 (vitimada por pneumonia -  gripe espanhola)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

OS MALHEIROS E D.JOÃO I

O texto abaixo foi obtido de garimpagem na internet. Aparentemente extraído do Jornal do Comércio da cidade de Ponte de Lima em Portugal.


OS MALHEIROS E D.JOÃO I


Comércio do Lima, 14.V.1879

Em 1385, segundo a Chrónica, era Ponte de Lima uma praça forte, guarnecida por muita gente de escudeiros e homens de pé e besteiros, e fora grande número de homens do termo que nella pernoitavam para o serviço das vigilias e rondas.


Lopo Gomes de Lyra, castelhano, e que tendo por motivos politicos emigrado para Portugal, se havia posto ao serviço do mesmo, no reinado de D.Fernando, era fronteiro e alcaide-mor de villa e de toda a comarca d'Entre Douro e Minho.

Por falecimento do Rei Formoso, sendo o throno português pretendido pelo rey de Castela, revoltando-se contra a independência da nação, que tão hospitaleira e generosa lhe fora, pronunciara-se contra o defensor do reyno, o Mestre de Aviz, e a favor do Leão de Castella, e tomara armas por este com todas as tropas da villa.

Para maior segurança, empedrara-lhe todas as portas com excepção da denominada de ponte, por baixo da torre do mesmo titulo, unica em comunicação mas cautelosa, com o exterior.

Emprehender levar de assalto as muralhas e baluarte da praça, então considerada inexpugnável, fora temeridade, senão demência.

As condições em que ella se achava de segurança e defeza, cortavam toda a ideia de ataque, a não ser que se praticasse algum ardil bem combinado com alguns conjurados, que vivessem de muros adentro.

Em 5 de Abril havia sido aclamado rey, em Coimbra, o Mestre de Aviz, e o exemplo desta cidade tinha sido imediatamente seguido por outras villas e cidades importantes do Reino.

D.João I estava em Braga, onde acabava de ser aclamado Rei. E os fidalgos limarenses, Estêvão Rodrigues Malheiro e Lourenço Rodrigues Malheiro, irmãos por sangue e sentimentos, porque eram portuguezes e porque lhes não sofria o ânimo que a Pátria fosse dominada por estrangeiros, conjuraram-se para lhe entregar a villa.

Comunicaram-lhe seu pensamento, que teve o melhor acolhimento: e el-rei acordada a forma de realizar-se o cometimento, marchou sobre Ponte de Lima com o Condestável D.Nuno Álvares Pereira e cem de cavallo e homens de pé.

Apareceram de madrugada numa devassa escusa, segundo parece em Crasto, a dous tiros de besta: e ahi o rey e todos os da comitiva ataram as linguas dos cavallos com as sedas dos cabos, diz a Chrónica, para que não relinchassem, o que denunciaria a empresa.

Aproximava-se a hora das roldas que diariamente se faziam ante-manhã, indo cinco ou seis homens de pé buscar as devassas vizinhaspara ver se havia alguma gente ou cilada que pudesse pôr em risco o partido por Castella, depois do que voltavam à villa, abriam-se as portas da torre da ponte, e os veladores se iam para suas casas.

Naquella madrugada os dous Malheiros, que se haviam incumbido de tolher todas as prevenções do fronteiro e alcaide-mor, attrahiram a sua casa, por um bem combinado ardil, os espiões commissionados da descoberta, servindo-od, n'ella, de bom e abundante vinho, que os segurou.

Chegada a hora de se recolherem os veladores a suas casas, fora dos muros, detiveram-se, por não terem aparecido os espiões. Aguardaram o seu regresso.

Nesta ocasião abriu-se meia porta d'aquella torre para sahir Estêvão Rodrigues Malheiro,que fingia ir em busca de um gado seu que dizia lhe desapparecera mas, na verdade, em demanda do Rey,para com elle falar do commetimento.

E, Lourenço Rodrigues Malheiro, logo, e em seguida à sahida do irmão,detendo a meia porta aberta, soltando secretamente junto a ella, moedas miudas, apanhando umas e tornando a deixar cahir outras, asseverando que as perdera de noute, (só com o o fim de enganar os guardas), e voltando sobre a meia porta aberta uma pedra que servia de assento aos guardas, com a ficção de achar dinheiro debaixo della, entreteve perfeitamente aquelles e os velladores.

Neste meio tempo acudiu o condestável com outros fidalgos, e após elles, o Rey, a pé, seguido de 20 frecheiros ingleses, a cavallo, guiados por, Estêvão Malheiro.

Passaram por baixo da ponte, e atravessando por entre o muro e a habitação por um portal devasso que tinha, chegaram às portas.

Tinham sido vistos então por cima do muro.

Deu-se o sinal de perigo.

Pretendia-se fechar as portas, mas foram rapidamente invadidas, depois de mal sustentada resistência.

Travou-se lucta desesperada dentro da villa, e afinal a victória coube aos invasores. Os dous Malheiros practicaram prodigios de valor e temeridade.

Dominava-os o amor pela Pátria, da liberdade, da segurança própria, da familia particular e da familia portuguesa.

O Alcaide Lopo Gomes de Lyra, com os seus filhos e mulher, e com os mais dedicados partidários de Castella, fizeram-se fortes na torre mais elevada e guarnecida, a dos codaços, e de menagem, que se levantava na extremidade do Castello, na Lapa, e attrahiram para alli toda a opugnação.

O Rey propôs a rendição com promessas de liberdade para os cercados que as rejeitaram: e em consequência mandou apertar a offensiva, pegar fogo às portas da torre e procurar conseguir pela força o que não obtivera pela generosidade.

Tinham sido carbonizadas as portas: uma caliginosa nuvem de fumo obumbrava a torre e próximos muros: ardia o primeiro sobrado, sobre o qual estão armazenados secos e suculentos combustiveis e comestiveis: os defensores sufocavam com o fumo e calor: por entre o crepitar das madeiras em chamas e o soprar das luffadas de fogo, vomitadas pelas janelas, ouviam-se a intervalos, as desesperadas vozes dos que imploravam mesiricórdia.

Lopo invocava os lares da sua familia e os corvos de Castella com gritos de tigre mal ferido.

O Rey que estava em sitio de onde via aquelle espectáculo de um vasto forno ardente a cratera de um vulcão, onde se estorciam e quase asfixiavam os fanáticos da usurpação parecia que não tinha ouvido para as lástimas.

Estava absorto pela ideia de vingança.

Então, Vasco Martins de Mello, morador na freguezia da Correlhã (morreu na batalha de Aljubarrota, em 14 de Agosto de 1389,às mãos da sua temerosidade que o levou ao centro das hostes Castelhanas, por ter jurado prender o Rey de Castella, ou pelo menos pôr-lhe as mãos) pediu a D.João que tivesse dó de Theresa Gomes e de seus filhos d'ella, cujo delicto era seguirem o mrido e pae, o Alcaide-mor, e os não deixasse morrer de morte tão cruel.

O Rey moveu-se de piedade e mandou cessar a offensiva, extinguir o fogo e sahir da torre toda a gente: e porque as escadas internas estavam queimadas, não havendo por logo degraos, mandou-os descer por cordas em um cesto. Em seguida deu liberdade a todos os naturaes, e enviou para o Porto, e dahi para Coimbra, debaixo de prisão, a Lopo Gomes de Lyra, mulher e filhos.

E assegurando-se da posse da praça, o deixando por guardas d'ella os que lha haviam entregado, os dous irmãos Malheiro, e dando ao Meirinho-Mor d'Entre Douro e Minho, Ruy Mendes de Vasconcellos, a terra de Forjão lugar da freguesia de Ardegão e de Jerás (Gorás do Lima) e os mais logares que haviam sido de Lopo Gomes de Lyra por doação de El-Rey D.fernando, retirou para Braga.

Foi estimável a presa por D.João colhida na torre em cujo segundo sobrado os partidários de Castella tinham posto em guarda o seu movel precioso e juntamente as pratas das Egrejas. Tudo preyou e bem assim muitas armas, e outros importantes despojos que em tal conjunctura lhe foram valiosos auxilios.

Ponte de Lima que, então, ganhara celebridade digna da história da independência, pela dedicação patriótica e proeficientes serviços dos seus filhos, os dous irmãos Malheiro, reconheceu-os de sua iniciativa, ou por ordem de El-Rey, com duas memórias de granito, as estátuas de grosseira escultura que foram colocadas sobre a porta da Torre, pela qual eles tinham aberto passagem a D.João I.

E lá estiveram aqueles monumentos até 1857 para 1858, anno que sendo demolida a Torre foram apeadas e guardadas na casa do cimo até 1869 para 1870, em que foram encravadas, por ordem dos vereadores de então, na face da porta que olha para o passeio de D.Fernando, por cima do primeiro arco, ao lado da lápide comemorativa das obras de D.Pedro I.

A estatueta que tem na mão uma bolsa representa Lourenço Rodrigues Malheiro; a outra representa seu irmão Estêvão.

Ambos eles têm a forma de anjos alados, cada um com um malho ao hombro sendo as azas em alusão ao grandioso feito por eles praticado para entrega da villa ao seu legitimo Rey, e o malho em alusão ao appelido Malheiro.

Estes heroes eram fidalgos muito honrados e de familia respeitável, natural da villa e já nella principaes no reinado de D.Pedro I, quando este transferiu a povoação para o lugar que hoje está.

Eram netos de Martim Esteves, filho primogénito de Estêvão de Lavandeiro, ou Estêvão Malho, da terra de Santa Maria, ou terra da Feira, o primeiro homem que no dizer do Conde D.Pedro, seu contemporâneo se appelidou Malheiro e de sua mulher D.Mayor Pereira da Cunha, servindo-lhes de lustre à sua perclara fidalguia o descendente de Estêvão da Lavandeira, 4º avô de D.Brites Pereira, mulher do 1º duque de Bragança.

As armas primitivas dos Malheiros, e de que os referidos heroes usavam como própria em 1385 eram: em campo de ouro, duas cruzes atravessadas em feixe que tomavam todo o campo, e nas pontas e meio, três estrellas azues e duas vermelhas.

D.João I deu-lhes por armas um castello ou muro com quatro portas e duas torres em cima, em que se figura Ponte de Lima, e uma palmeira verde no meio do castello ou muro com folhas orladas a ouro.

Foi seu solar a casa mistica com a do patim, com frente para o largo da Porta, cujas armas o atestam.

Da primitiva edificação desta, o que resta é somente o andar térreo (na trazeira) com sua porta ogival.

Lourenço Rodrigues Malheiro faleceu solteiro, sem sucessão.

Estêvão, que era vereador da câmara em 1406 (pergaminho nº 54), casou com Mayor Dias, filha de Álvaro Dias, natural de Ponte de Lima, e deixou 3 filhos:

Álvaro Dias Malheiro que casou na Galiza com Aldonça Álvares, senhora de Mogueimas.
Êstêvão Dias Malheiro
Constança Rodrigues Malheiro que casou com Rodrigo Anes de Peneda.

Alteram-se nesta familia, diversas muito ilustres, entre outras a de Bertiandos, casando D.Maria Vasques Malheiro, 4ª neta de Estêvão Rodrigues Malheiro com Fernão Pereira . A dos Madrizes, por Anna Madriz que casou com Lopo Dias Malheiro; a dos Pontes, senhores da casa dos Barreiros na Correlhã, pelo casamento de Constança Malheiro com Diogo da Ponte, vedor das obras feitas na ponte em 1504 a 1507 por D.Manuel, fidalgo nos livros de D.João II, filho de Gonçalo Gonçalves Ponte, morador e natural de Ponte de Lima, escudeiro fidalgo nos livros de D:Affonso V; dos senhores da casa de Aborim, de Barcellos, pelo casamento de Gonçalo Dias Malheiro com Anna Corrêa de Barboza, dos senhores da casa dos Malheiros do Cresto, os Maltezes, pelo casamento de António Dias Malheiro com Catharina Madriz; a dos Menezes da casa de Freiria, d'Além da Ponte, pelo casamento de D.Catharina Pereira da casa do Cresto com João Valladares Carneiro, do Porto; dos Alpoins, da casa de Mereca do Calvello, por Francisco Malheiro, filho natural de Lopo Malheiro Madriz, dos Malheiros Reymões, em Vianna, pela mesma origem, dos Malheiros Menezes de Fernandes, em Calheiros, pelo
ramo de António Pereira Malheiro, da casa de Cartanil, neto de João Malheiro Pereira e outros mais que seriam de longa enumeração.

a) em 10.V.1879 por Miguel de Lemos.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011